Carlos Evangelista

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CARLOS EVANGELISTA, ESTUDOS DE GÊNERO

Cinema Brasileiro: Propagando talentos, mostrando as mazelas sociais e as belezas do Brasil

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No dia 5 de novembro comemora-se o Dia do Cinema Brasileiro. Antes de falar um pouco da história do cinema nacional; arte que imita a vida, é sempre bom lembrar de alguns momentos marcantes na  vida de muitas pessoas,  tendo  o  cinema  como  tema,  seja no primeiro pegar nas mãos, no primeiro beijo dado, roubado, ou simplesmente viciado em comer  pipoca numa  sala de  cinema.

Ainda que as velhas ou antigas salas de cinemas estão se extinguindo, cedendo espaço as salas modernas e bem equipadas, especialmente e quase exclusivamente nos shoppings, o cinema continua vivo e atraindo grande público, seja para assistir os enlatados americanos ou as boas produções brasileiras.

Bom, não dá para falar de cinema sem antes contar um pouco da história deste fenômeno cinematográfico que nos emociona com realidade muito além do nosso tempo.

No Brasil, o cinematógrafo inventado em 1895, pelos irmãos Lumière, para fins científicos ou para o imaginário coletivo do século XX, foi usado como fonte de entretenimento ou de divulgação cultural de todos os povos do planeta.

Em 1898, Afonso Sgretto, imigrante italiano filmou cenas do porto do Rio de Janeiro, sendo o cineasta pioneiro no Brasil. Suas centenas de pequenos filmes objetivavam lazer e diversão.

Nos anos de 1930, tem início a era do cinema falado com as chanchadas de Humberto Mauro. Na final da década de 1940 é criado o estúdio Vera Cruz que foi influenciado pelo requinte do cinema americano, até a falência do Vera Cruz em 1954. Porém, em 1953, o filme “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, ganha o prêmio de melhor filme de aventura no Festival de Cannes.

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A partir de então o mundo conhece o cinema brasileiro. Nos anos de 1960, um grupo de cineastas liderado por Glauber Rocha cria o cinema novo, com forte temática social, como por exemplo os filmes “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), “O Dragão da Maldade contra  o Santo Guerreiro” (1968). Objetivo de Glauber Rocha era através do cinema defender  uma arte social e política, a exemplo de Nelson Pereira  dos Santos,  que  já  em 1955, dirigiu “Rio 40 Graus”, influenciando a criação do movimento neorrealista com “Vidas Secas”, em 1964, tendo como cineastas Cacá Diegues, Joaquim Pedro  de Andrade, Rui Guerra e outros,  que  ganharam notoriedade e  admiração  pelo  mundo  afora.

Com o golpe militar e por toda a ditadura, era preciso usar metáforas para burlar a censura. O próprio Glauber usou dessa linguagem em “Terra em Transe”, em 1968, ou Rogério Sganzerla, diretor de “O Bandido da Luz Vermelha”, também em 1968 e até mesmo as “pornochanchadas”, ou comédias leves de Júlio Bressane e do inesquecível Mazzaropi.

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O governo Geisel cria em 1974, a estatal Embrafilme, com a finalidade de mediar a produção nacional até a sua extinção em 1990. São dessa época os filmes “Dona Flor e seus Dois Maridos” (1976), de Bruno Barreto e “Pixote, a Lei do mais Fraco”, de Hector Babenco (1980), levando milhões de brasileiros ao cinema.

Em 1985, com o fim do regime militar, aumenta a liberdade de expressão e indica novos caminhos para o cinema brasileiro.

Com o fim da Embrafilme, em 1990, o governo Collor seguindo políticas neoliberais, de extinção de empresas estatais, abre o mercado de forma descontrolada aos filmes estrangeiros, na sua quase totalidade, ao cinema norte-americano, provocando um colapso no cinema nacional.

Para fomentar novas produções cinematográficas, em 1990, foi preciso criar leis de incentivos objetivando a produção de longas metragens. Dessas parcerias se destacam alguns filmes indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro. “O Quatrilho” (1995), “O Que é isso Companheiro” (1997), “Central do Brasil” (1998) e “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil”, além de Renato Aragão com dezenas de filmes/comédias.

Neste início do século XXI, o cinema brasileiro retoma o crescimento com os longas “Tropa de Elite” I e II, de José Padilha, “Chico Xavier”, de Daniel Filho, “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, “Carandiru”, de Hector Babenco e outras expressivas produções, a partir da criação da Globo Filmes.

É da Globo Filmes, pertencente a Organização Globo, que  nos próximos  meses ou semanas, estarão sendo lançados os filmes: “Boa Sorte”, “Na Quebrada”, “Tim Maia”, “Made in China”, “Irmã Dulce”, “Caras  de Pau” e certamente muitas outras ótimas produções estão à caminho para  brindar os cinéfilos brasileiros nas  grandes  telas Brasil  afora e  oxalá, por outros  continentes.

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E olha que o Brasil nem aparece entre os países que mais produzem filmes no mundo: Índia, Estados Unidos, Reino Unido e França. Mas estamos caminhando nesta direção, ainda que devagar, mas sempre em frente.

Fontes:

http://dc.itamaraty.gov.br/cinema-e-tv/historia-do-cinema-brasileiro

http://globofilmes.globo.com/filmeslancamentos.htm

Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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