Carlos Evangelista

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AMÉRICA LATINA: breve história da Independência Política

PUBLICADO POR  ⋅ 7 DE MARÇO DE 2014 ⋅ DEIXE UM COMENTÁRIO

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Não dá para negar no momento a supremacia econômica, social e cultural da Europa e Estados Unidos. Mas quem somos nós (latinos americanos) entre os povos do mundo? A resposta não é fácil, uma vez que população da América Latina foi composta por diferentes grupos étnicos advindos da Europa, quando aos poucos, os destinos, com diferenças e semelhanças foram traçados. Entre estas estão os conflitos sociais e étnicos, decorrentes da não participação política de grande parte da população.
Vale lembrar que as nações, via de regra, comunidades imaginadas construídas, a gradativas conquistas da autonomia política dos novos estados favoreceu a aproximação da experiência, mesmo que contraditória, de erigir um país.
Por isto, talvez, há bastante tempo, muitos analistas vem representando a América Latina como uma nau sem rumo, marcada por instabilidade política, pobreza, violência, autoritarismo e corrupção estavam e ainda estão tão impregnados em nosso cotidiano, que dificultam qualquer planejamento de desenvolvimento a médio prazo.
Alguns especialistas creditam essa situação aos “males de origem”, tendo como base a própria formação das sociedades coloniais e as contradições evidenciadas no momento do rompimento do pacto colonial e da formação dos Estados-nações latino-americanos.
É sabido que os movimentos de independência, que criaram mais de uma dezena das primeiras repúblicas constitucionais do mundo, significaram um momento crucial para se entender os destinos dos povos latino-americanos. Muitas dessas contradições sociais são inerentes ao sistema colonial que permaneceram ou foram aguçadas após a independência.
Por causa dessas desigualdades que se confundiam com diferenças sociais ou étnicas, índios, negros, mestiços, camponeses e mineradores continuaram exercendo papéis tidos como inferiores.
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Simón Bolívar (1783-1830), um dos grandes líderes da emancipação das colônias espanholas disse: “daqui em diante só haverá uma classe de homens: todos serão cidadãos”.
A expressão “América Latina” é usada comumente para se referir a todos os países do continente americano com exceção de EUA e Canadá. Porém, não há nenhuma “lista” oficial de países “latino-americanos” e as diversas fontes de informação divergem um pouco quanto aos países que realmente fariam parte da América Latina.
Segundo o senso comum, ou o significado mais empregado, os países que compõem a “América Latina” seriam os que fazem parte da América do Sul, América Central e o México.
Essa definição é parecida com a que é utilizada pela ONU, porém, da classificação geralmente utilizada por ela, são excluídos o Caribe e o México, embora eles possam aparecer em outras definições.
Por outro lado, algumas fontes definem a “América Latina” como o nome que se dá aos países dos continentes americanos que foram colonizados predominantemente por países latinos (denominação dada aos países europeus que surgiram após a queda do Império Romano do Ocidente e que têm como língua majoritária, línguas latinas. Por exemplo: Espanha, França, Portugal, Romênia, etc.) e onde a língua oficial é derivada do latim (neolatina), como o espanhol, o português e o francês.
Países latino-americanos que declararam independência entre 1809 e 1821
Venezuela – (proclamada em 19 de abril de 1810), no ano seguinte em 5 de julho de 1811, é realizada a assinatura da Declaração da Independência da Venezuela, e selada definitivamente após a Batalha de Carabobo, em 24 de junho de 1821.
• Vice-Reino de Nova Granada – revoltas de Santa Fé de Bogotá em 20 de julho de 1810 e de Cartagena das Índias em 22 de Maio, (ver: Pátria Boba).
• Vice-Reino da Nova Espanha – (ver: Independência do México) Grito de Dolores, 16 de Setembro de 1810, embora geralmente é entendida, de fato, após o Plano de Iguala em 27 de Setembro de 1821).
• América Setentrional
• Quito – (ver: Independência do Equador) proclamada em 10 de Agosto de 1809 e rapidamente reprimida, mais uma vez proclamada em 2 de agosto de 1810, embora geralmente é entendida, de fato, após a Batalha de Pichincha em 24 de maio de 1822). Guayaquil declarou a sua independência em 9 de outubro de 1820 (ver: Província Livre de Guayaquil).
• Vice-Reino do Rio da Prata – (ver Primeira Junta) nomeada em 25 de maio de 1810, Independência da Argentina (proclamada em 9 de julho de1816, antes a Liga Federal declarou a sua independência em 29 de junho de 1815, no Congresso do Oriente).
• Paraguai (proclamada em 15 de Maio de 1811).
• Capitania Geral do Chile – (proclamada em 12 de fevereiro de 1818).
O principal motivo para a crise colonial na América espanhola foi a crise institucional que eclodiu na metrópole quando Napoleão Bonaparte obrigou a abdicação de Carlos IV em favor Fernando VII e este últimos em favor dos Bonaparte, com José Bonaparte como o novo rei da Espanha e suas colônias.
Esta crise e a subsequente invasão da Espanha pelo exército napoleônico levaram à criação de juntas fernandistas em vária cidade do território espanhol. Muitos destas juntas fernandistas na América possuíam dirigentes claramente autonomistas independentistas.
Embora a crise institucional na Espanha foi um gatilho, estas eram uma última oportunidade esperada para a autonomia e líderes de independência. Desde o início da colônia, mas sobretudo porque os Bourbons assumiram o trono da Espanha, a administração colonial foi centrada nas pessoas influência nos tribunais espanhóis, assim como o na casa de recrutamento de Sevilha, uma posição que não era propícia a indivíduos nascidos na América.
O Rei Carlos III, como um típico déspota esclarecido da época, promoveu as artes e permitiu um grande afluxo de ideias do Iluminismo na América, enquanto exercia um forte poder político. Carlos III apoiou as colónias britânicas, em sua guerra de independência, contratando e promovendo a instituição de novos tributos fiscais para subsidiar a defesa dos interesses espanhóis na região das Caraíbas. Estes eventos resultaram nos anos 1780 um rompimento da pax hispânica que rege a colônia espanholas desde a sua criação. A revolta da comunidade de Nova Granada e da revolta de Tupac Amaru, no Peru demonstram esta nova realidade.
Carlos IV não se caracterizou pelo seu férreo controle do poder. Mais interessado em ciência deixou a política nas mãos de seus ministros, que, especialmente no caso de Godoy, promoveu reformas liberais em diversos aspectos sociais, enquanto relegava cada vez mais para as colônias e os súditos nas colônias como súditos de segunda.
Por outro lado, a Espanha impôs uma série de restrições comerciais nas colônias, que não poderia comercializar uns com os outros, muito menos o comercializar com outras nações como o Reino Unido ou Estados Unidos. Todas as relações comerciais foram determinados a partir da Espanha. A influência das ideias liberais e as restrições políticas e comerciais, criaram o descontentamento que foi catalisado pela crise espanhola de 1809.
Países latino-americanos que declararam independência entre 1821 e 1825
• 1821:
• 24 de junho – Batalha de Carabobo com vitória decisiva para a independência da Venezuela.
• 28 de Julho – San Martin ocupa Lima e declara a independência do Peru.
• 1 de Dezembro – República Dominicana, durou até 9 de fevereiro de 1822, quando o país foi anexado pelo Haiti (ver: Independência efêmera).
• 15 de setembro – Os territórios compreendidos pela Capitania Geral da Guatemala ganharam independência a partir do Governo espanhol.
• 21 de setembro – Ato de Independência do Império do México.
• 28 de novembro – O Panamá se integra a Grã Colômbia.
• 1822:
• 6 de agosto – Independência da Bolívia.
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• Brasil – 7 de setembro de 1822
• A Independência do Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1822. A partir desta data o Brasil deixou de ser uma colônia de Portugal. A proclamação foi feita por D. Pedro I as margens do riacho do Ipiranga em São Paulo.
• 1824:
• 24 de maio – O Equador consegue a sua independência na Batalha de Pichincha.
• 1828 – O Uruguai torna-se independente do Brasil e Argentina.

Países latino-americanos que declararam independência após 1828]
• As Províncias Unidas da América Central, conhecidas desde 1824 como a República Federal da América Central, desintegraram nos seguintes estados:
• Costa Rica, primeiro entre 1829 e 1831 e finalmente em 1838.
• Nicarágua, em abril de 1838.
• Guatemala, em abril de 1839.
• Honduras, em 1839.
• El Salvador, em 1839 e formalmente em 31 de janeiro de 1841.
• A República Dominicana ganhou sua independência do Haiti, em 27 de fevereiro de 1844, anexando-se à Espanha em 16 de agosto de 1861. Tornou-se independente novamente depois da Guerra da Restauração (República Dominicana) concluída em 1865, proclamada com o grito de Capotillo em 16 de agosto de 1863.
Após concluir a Guerra Hispano-Americana e depois da assinatura do Tratado de Paris (1898), Cuba, Porto Rico, Filipinas e Guam ficaram sob o controle dos Estados Unidos.
• Cuba ganhou a sua independência em 20 de Maio de 1902, mas permaneceu sob controle dos EUA sob a Emenda Platt até 1934.
• Porto Rico continua a ser um Estado livre associado aos Estados Unidos, ainda hoje, não é um estado independente.
• Panamá se separou da Colômbia, com auxilio dos Estados Unidos (que tinham interesses na construção do Canal do Panamá) e proclamou a sua independência em 3 de novembro de 1903.
Fontes:

http://www.infoescola.com/geografia/america-latina/

http://www.pt.wikipedia.org/wiki
http://www.cartacapital.com.br/gritos-de-independencia

http://www.historiadobrasil.net/independencia/

Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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