Afetada negativamente em cheio pela Covid-19

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Adequações online, Educação básica, Educação secundária, Educação superior, Políticas públicas, Prejuízo intelectual
Carlos Evangelista– Políticas públicas
O momento da educação no Brasil, neste tempo de Pandemia é muito ruim para o real aprendizado. A educação pública em todos os seus níveis – municipal, estadual e federal – está em colapso, banalizada, em derrocada.
Os Estados da Federação, não estavam preparados para tamanha mudança brusca. Talvez o setor da educação privada já tivesse mais conhecimento. Tanto é que as plataformas digitais à distância mais bem preparadas no setor educacional no País, onde se destaca o ensino superior com a Unínter, Estácio, Anhanguera e outras poucas faculdades de ensino à distância referenciadas.
Tão logo começou a Pandemia – em março de 2020 – as escolas públicas, ou melhor, os gestores públicos, enxergaram, obrigados, a sua falta de estrutura para o ensino online. Hackers, invadem, alteram e retiram do ar sistemas da Internet. A comunicação entre diretores, pedagogos, professores, funcionários, núcleos e as secretarias de estado da educação não ocorrem com fluidez e segurança exigidas nestas plataformas. Daí o ensino vira um faz de conta sem nexo. Vejamos: o aluno se matriculou no início de 2020, estudou uns trinta dias. Em março chegou a pandemia e tudo meio que parou nas escolas. No início, uma vez por semana, o Governo do Estado do Paraná, para não ver merendas estragarem nas cozinhas escolares, ordenou que fosse dada cestas básicas para familiares dos alunos. Com o fim dos produtos estocados nas escolas as doações foram suspensas. Os alunos ficaram em casa. Alguns rapidamente interagiram com a escola e criaram meios para através de aplicativos passarem de ano diante das iniciativas online. Mas a grande maioria buscaram novas formas de vida no enfrentamento com a Pandemia. Assim quase todos os alunos foram aprovados. Mas conhecimentos adquiridos muito pouco. De forma muito acentuada entre os jovens sem Internet, celular ou computador de boa qualidade.

Aulas online
Pedagogos e professores se viram em dificuldades por causa do nó que deu na cabeça de muitos profissionais; especialmente àqueles mais retrógrados na visão do que seja educação. Foi-se o tempo de ensinar embaixo de árvores na missão diária de dar a mesma aula por décadas, até o vestuário influenciava e ainda influencia, na hora de ensinar ou aprender. De repente não existe mais sala de aula. Vai ter que ser via Internet, aplicativos, sistemas, cadastros, senhas e aprofundamento com o mundo virtual, seja no celular, tablete ou no computador. Aí a educação veio a quase zero nessa relação Professor/Internet. Celular era só para acessar whatsapp, telefone, fotos, mídias sociais e muito pouco era utilizada para o trabalho. Rapidamente todos tiveram que participar de cursos, aperfeiçoamentos virtuais para que este ano letivo de 2021 seja menos sofrível e mais profícuo que o ano anterior, nesta difícil arte de educar.
O professor precisava e voltou a aprender. O aluno precisa se conscientizar que é só através da educação que poderá alcançar voos maiores no seu desenvolvimento intelectual de fato, com títulos, históricos escolares e todas as certificações, sem o que não se vai a lugar algum.

Desenvolvimento Intelectual comprometido
Diante do exposto é aguardar e ver nos próximos meses os resultados dos investimentos, aquisições e adequações que os Estados e as Prefeituras promoveram. É preciso acreditar nos govenadores, prefeitos e autoridades superiores quando falam em socorro à educação como atividade essencial. Talvez então, seja aumentado o teto de 25% do orçamento dos Estados e Municípios voltados a educação. Na realidade ao meu ver, deveria ser elevado para próximo de 50%. Se impossível, não demora e o Estado vai começar vender seus bens imóveis, que são muitos, principalmente áreas escolares – que hoje nos grandes centros urbanos, são bastante valiosos esses terrenos. Pensamento é vender alguns desses imóveis públicos, investir integralmente em tecnologia da informação na área da própria educação, com olhar presencial sim, mas olhando agora e distante para o compromisso de aprender/ensinar. Sem corrupção é possível sim salvar a médio/longo prazo a educação pública no Brasil. Por que do jeito que está toda uma geração está sendo comprometida a partir da mutilação da atividade de natureza mental, responsável pela produção de pensamentos. Isto resume a falta do desenvolvimento intelectual das crianças, jovens e adultos sendo atrofiado, mutilado e, por conseguinte uma evasão escolar assustadora, seja por medo, oportunismo ou por necessidades financeiras no seio familiar de quem ainda sonha estudar. Certo é que a Covid-19 afetou e ainda afeta assustadoramente a educação no Brasil. Políticas públicas eficazes precisam ser implementadas urgentemente no setor.


Fontes:
Os principais desafios da Educação em 2021 e o que se espera do MEC (gazetadopovo.com.br)
Decreto: aulas presenciais são suspensas em todo o Paraná (gazetadopovo.com.br)
Fundação FHC (fundacaofhc.org.br)
Significado de Intelectual (O que é, Conceito e Definição) – Significados
Carlos Evangelista é jornalista e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este texto reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.