Tags: Corrupção, Emoção, Indignação, Paixão, Vencer sempre
Sociologia do Esporte
Carlos Evangelista
O futebol é paixão, tolice, ópio ou é somente a política cultural do jogo contagiante? Estar no estádio no momento dadivoso daquele gol da consagração do seu time é mesmo inesquecível e incomparável, superando até mesmo o orgasmo? Essa euforia faz o torcedor esquecer os problemas do dia-a-dia e até mesmo o preço alto do ingresso? Ao chegar em casa a euforia prossegue ou tão logo o juiz apita o final da partida a preocupação passa ser com a segurança, transporte, trânsito, saúde, etc.?
Mas se diante do estádio lotado, a equipe adversária massacrar e humilhar o seu time do coração, a solução é chorar, roer as unhas, aceitar passivamente o resultado, a derrota, ou sempre haverá um culpado para servir de alento para a sua revolta?
É tarefa difícil examinar aspectos marcantes do fenômeno futebolístico envolvendo torcedor, sua cultura, seu amor platônico pelos atletas, modernização dos estádios e muito mais. Porém, o futebol, envolvedor de milhões e milhões de recursos financeiros é também prato convidativo para a corrupção, mercantilização desenfreada, a revolução e sedução televisiva, o racismo existente e a participação crescente das crianças, adolescentes e mulheres, entre outros.
As dimensões sociais e históricas do esporte mais popular do mundo, causa influência e poder de penetração em diferentes culturais não cessa de aumentar. Então futebol é ciências sociais com paixão pelo esporte desde os primórdios até os dias atuais. Uniformes, jogadores, estilos de jogo e identidade das torcidas organizadas ou não são elementos que atravessam países e continentes de forma cada vez mais acentuadas.
Pensa num menino ou menina de uma periferia brasileira envoltos de pobreza, massacrados pela insegurança, falta de dinheiro e que de repente, de heróis locais viram estrelas internacionais com seus milhões de reais em caixa, ainda que sem lá avançada educação ou cultura enfrentando línguas, povos e culturas diferentes em nome da bola? Objetivo é vencer sempre, ainda que tamanha projeção não contempla todos os sonhadores deste universo encantado da bola que enriquece mas também destrói sonhos mirabolantes.
Todos sabemos que nem todo mundo gosta de futebol, mas no Brasil especialmente, futebol é uma grande paixão nacional: tipo ópio do povo.
Fontes:
Pelé e o complexo de vira latas, de Ana Paula Silva
Futebol Arte, de Mario Moraes
7 x 1, de Ivo Domingo
Sociologia do futebol – dimensões históricas e socioculturais do esporte, de Richard Giulianotti.
Museu do Futebol
Carlos Evangelista é jornalista e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.