Brasil: costuras políticas no embalo dos Jogos Olímpicos
O Brasil vai costurando e mostrando maturidade para a superação dos seus problemas, suas carências sociais, suas crises políticas e econômica, suas libertinagens, suas brechas democráticas, suas lacunas partidárias, jurídicas e penais. Como exemplo podemos citar, o prosseguimento da Operação Lava Jato, da estruturação física acabada para bem sediar os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, de onde todo o país será vitrine ao mundo em quase todos os aspectos da vida tupiniquim. Não podemos e não vamos fazer feio.
Internamente as labutas políticas estão fervendo, com o ex-presidente Lula querendo ser ministro de Dilma a todo custo. Interesse maior não é pelo salário, o que está em jogo é a imunidade do cargo face as acusações contra ele sobre o enriquecimento familiar ilícito. O juiz federal Sergio Moro, responsável pelas investigações da Lava jato, quer mais comprometimento do governo federal e do senado.
Certamente que não será o jovem Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara Federal, o “Salvador da Pátria”. Mas querem que ele seja um deles. Eduardo Cunha fora, pouco poderá fazer para chegar a tempo a presidência da república. Recentemente o time de Aécio Neves ganhou do time de Michel Temer na queda de braço para presidir a Câmara dos Deputados. Então, o próximo presidente da República tem tudo para ser do PSDB, com o apoio do DEM e outros nanicos no enfrentamento com o time do PMDB e os seus seguidores. PT, Marina Silva são cartas fora do baralho para 2018. Quem viver verá. Podendo Jair Bolsonaro crescer caso Donald Trump chegue ao poder no EUA.
Não obstante, se não “enquadrarem Lula e os mais afoitos petistas”, é risco eminente o retorno de Lula à presidência e seria isto um grande retrocesso neste novo (e único) tempo de combate a corrupção no Brasil.
É preciso sonharmos juntos com novas safras de políticos, empresários e gestores públicos almejando um Brasil melhor, expurgando de vez (talvez daqui uns dez anos) esses ladrões do patrimônio do povo.
De quebra, em meio a propagação olímpica, a partir do dia 05 de agosto (de acordo com a nova Reforma Eleitoral 2015 (Lei n° 13.165/2015) os brasileiros saberão quem serão os seus candidatos a prefeito e vereador nos 5.570 municípios. Indubitavelmente falarão das crises econômica e política que atravessa o país e daí surgirão as muitas promessas de um Brasil melhor.
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.