Brasil no giro do mundo moderno
Giro junto com o giro que o mundo dá. Sei lá, sou tolo também no embalo deste giro ancestral que a vida terrena nos proporciona.
Enquanto terráqueos ignorantes, sou mais um curioso, astucioso e atrevido quando o assunto é vida dura de um trabalhador comum, olhando sempre para a aposentadoria por vir.
Aposentadoria incerta, será? Bem provável para quem começa agora a sonhar e contribuir.
Todos sabemos que a previdência social brasileira tão logo possa irá alterar a idade de 65 para 70 anos a idade mínima para os homens sonharem com a esperada aposentadoria. Muitos morrerão antes. Querer maior do governo. Com sorte chego lá. Sei lá se assim sonho. Penso que a melhor aposentadoria ainda é comprar terra, terreno. Me ensinaram que do governo não devo tanto acreditar ou esperar benesses.
Por mais que a mídia enalteça a gestão deste ou daquele prefeito, governador, deputado, senador ou presidente da república não devo, não posso e não vou viajar nesta ilusão governamental onde a maioria mal paga o servidor público. Habitação, saneamento básico, pavimentação, educação, saúde, infraestrutura sorte será se acontecerem.
Aposentadoria vai ficando cada vez mais distante. É bom não sonhar tanto. Bancar a folha dos ativos e inativos do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e outros muitos Estados é questão de anos. Depois a perda gradativa dos benefícios.
Posso estar falando e escrevendo besteiras para quem pensa que a aposentadoria está assegurada pela devida e rigorosa contribuição. Ledo engano.
Tomara que demora, mas um dia já pensou manchetes na mídia noticiando que a previdência social brasileira faliu. Não existe mais devido o déficit nas contas por causa da má gestão pública e corrupção.
Lá no fundo acredito sim numa reforma previdenciária onde o trabalhador com 60 anos de idade, para homens e mulheres, seja garantia da União e não aos 70, oitenta ou noventa anos quando poucos aqui estarão. Ao menos serão dez, vinte, trinta anos de gozo, bobeira ou caixão nesta loteria da existência. E olha que neste contexto pobres, ricos, remediados e tudo mais nada vale porque o mundo continua e sempre vai girar. Gire junto vá!
Tolo trabalhador brasileiro a contribuir com a gorda aposentadoria dos políticos da atualidade. Vixi que vontade de me rebelar, mas cadê a coragem, armas, simpatia e articulações para tanto?
No governo de quase trinta dias do presidente interino Michel Temer, do PMDB, dois ministros foram demitidos (Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência), acusados de envolvimento com a Lavo Jato.
O importante é que a Lava jato se salvou e uma nova discípula de Sérgio Moro a juíza Celia Recina Bernardes, entra na briga prometendo investigar, prender, condenar e resgatar o dinheiro roubado dos cofres públicos.
O Brasil vai sim girar no giro do mundo moderno, na política, economia, turismo, cultura, porque somos brasileiros nacionalistas. Mas está muito difícil acreditar e enaltecer os políticos brasileiros. Salvas raríssimas exceções, ainda penso.
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.