1º de maio de 2016: Palanques políticos roubam celebração dos trabalhadores
O dia 1º de maio de 2016 será bastante diferente de anos anteriores, quando predominavam shows artísticos, sorteios disso e daquilo em meio as lembranças e comemoração da data em homenagem aos trabalhadores.
Este ano, tudo indica veremos inflamados discursos durante todo o domingo, haja vista que evidente está a concessão do palanque aos políticos. A Central Única dos trabalhadores (CUT) emprestará o palanque a ala governista petista quando a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula aproveitarão para trazerem à tona todas as articulações (golpistas) que a “elite adversária” pretende aplicar contra o governo do PT. Daí serão enaltecidos os ganhos sociais, salarias e benefícios conquistados no governo petista e tudo mais que está por trás do afastamento ou do golpe brando (…)
O palanque da Força Sindical será cedido aos correligionários do PMDB, PSDB e os demais partidos favoráveis ao impeachment da atual presidente. Porém, neste palanque serão enaltecidas as novas propostas trabalhistas por virem e aceleração da economia, a partir dos entendimentos entre o patronato, Michel Temer, Aécio Neves e o bloco em formação que assumirá a presidência caso o afastamento de Dilma seja aprovado no Senado Federal.
Assim, em vez de celebrações das conquistas os trabalhadores brasileiros serão divididos para o bem da política atual como forma do robustecimento das intenções futuras. Ou seja, a CUT, o PT e a base aliada do governo querendo a manutenção do poder. Enquanto a Força Sindical, PMDB, PSDB etc., almejando o poder na presidência.
Na expectativa continuarão os trabalhadores brasileiros vendo achatado o seu salário e, por conseguinte o seu poder de compra sendo sistematicamente reduzido.
Muito provavelmente os dois principais palanques sindicais lembrarão do fantasma do desemprego que no Brasil atinge mais de dez milhões de trabalhadores, fora os mais de quinze milhões de pessoas que já apelaram para o emprego informal, demonstrando assim a crise econômica brasileira, face a desconfiança dos investidores.
Deste modo, este 1º de maio servirá acima de tudo e infelizmente para manobrar a grande massa trabalhadora que dá sustentação ao Brasil.
Fontes:
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.