Impeachment de Dilma Rousseff: Meu voto é: SIM ou NÃO?
Neste domingo (17) o povão brasileiro verá importante decisão pela votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, do PT, no plenário da Câmara Federal, numa votação nominal e aberta quando cada deputado federal terá dez segundos para dizer sim ou não.
Segundo a Constituição Brasileira dos 513 deputados são necessários 2/3 ou 342 dos votos dizendo sim para o processo seguir para um segundo embate no Senado Federal. Se 54 dos 81 senadores disserem sim, a presidente será afastada da presidência por 180 dias, assumindo o vice Michel Temer, do PMDB, até o processo ser julgado no Supremo Tribunal Federal.
Votações e narrativas estridentes no Congresso Nacional, indubitavelmente provocarão ecos e reações nas ruas por todo o Brasil. Os petistas e aliados alegarão traição, golpe, conspiração, fraude jurídica e política. Oposição e defensores do impeachment dizem que foi o próprio PT e seus aliados os causadores deste momento de turbulência extremada na economia e na política brasileira. Os motivos vão desde as pedaladas fiscais nas contas públicas, dinheiro ilícito na última campanha presidencial, crise de governabilidade, as zombarias do ex-presidente Lula para com os seus adversários e, por conseguinte para com o povo brasileiro e a corrupção oficializada no governo acirraram o jogo político envolvendo o legislativo, judiciário e a corte da justiça nacional.
Em meio à crise política e econômica está um povo indignado com a carestia na cesta básica, no preço do combustível, tanta roubalheira nos cofres públicos (segundo investigações da Operação Lava Jato, que vem sendo realizada pela Polícia Federal sob o comando do juiz Sergio Moro.
O momento evidencia um efeito manado, recheado de articulações políticas, conspirações, possibilidades, projeções e claro, votações visando a finalização do processo de impeachment de mais um presidente brasileiro.
Vale lembrar que o único presidente que sofreu impeachment foi Fernando Collor de Mello, em 1992. Dilma poderá ser a segunda vítima, acusada de desmandos, improbidades administrativas e conivência com a corrupção e atos em desrespeito à Constituição Brasileira.
Desta forma, o palco está montado para domingo à tarde em Brasília, quando milhares de policiais militares estarão garantindo a segurança para que a votação não seja obstruída face aos confrontos entre os prós e contras do afastamento da Presidenta da República. Até um muro batizado de muro do impeachment foi montado para separar manifestantes contras e a favor do processo da cassação de Dilma Rousseff, evidenciando o tenso momento político que ora vive o Brasil.
É desnecessário dizer que se a presidente for afastada na Câmara, dificilmente o senado fará o contrário e assim a era PT chegará ao fim, após 14 anos no poder. Ainda assim, a líder petista repete diuturnamente que está acontecendo um golpe no país, mas que terá os votos necessários na Câmara Federal para ser inocentada, pois contará com o apoio da população diante das coisas boas que o PT fez e daí sim promoverá um pacto nacional para repactuação da crise econômica.
A pergunta que vem da rua é se o vice Michel Temer, (que está hospedado e escondidinho no Palácio do Jaburu, articulando sua defesa e planejando o seu futuro governo de 180 dias) está com a ficha limpa? Se Temer não puder assumir por algum motivo, quem assumirá será o presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha? Mas se Cunha também for impedido, quem assumirá? Penso que muito provavelmente será necessária uma intervenção militar (diferente de ditadura) das Forças Armadas.
Fontes:
www.infograficos-estadao.com.br
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.