PMDB abandona governo petista. A “prostituta do poder” disse; cansei!
O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) desembarcou do governo do PT, talvez envergonhado ou pensando em 2018. O PMDB, quase todos sabem é considerado a “prostituta do poder”, desde a morte de Tancredo Neves (1985) e não vai sossegar enquanto não abocanhar o Palácio do Planalto.
O PT alega que a decisão, também chamada de golpe, expande o processo de novas alianças na base governista que espera ter os 190 votos necessários para engavetar o processo de impeachment. O PMDB fala que o partido tem suas metas para 2018 chegar a Presidência da República e a medida decreta o fim do governo petista após 14 anos de mandos, desmandos e corrupção.
Motivo do impeachment
O jurista Miguel Reale Jr., autor do pedido de impeachment, vem afirmando que as pedaladas fiscais são elementos suficientes para que presidenta Dilma Rousseff seja processada por crime de responsabilidade. Segundo o jurista, Dilma feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal ao retardar o repasse de recursos para bancos públicos. “Foi um expediente maliciosa (as pedaladas) por via do qual foi escondido o déficit fiscal e foi, por via das pedaladas, que se transformou despesa em superávit primário. As pedaladas constituem crime e crime grave”, disse o jurista referindo-se aos atrasos de repasses a bancos públicos referentes ao pagamento de benefícios de programas sociais, como Bolsa Família, seguro-desemprego e abono salarial. Reale diz ainda que as pedaladas fizeram com que a União viesse a contrair operações de crédito com instituições financeiras dos quais ela é controladora.
Obviamente que teve o lado bom do governo petista, a bolsa família e mais bolsa disse e daquilo. Ou seja, o PT criou uma geração de esmolentos, cabrestados em troca de um dinheirinho fácil às custas do assistencialismo político populista, algo que vem se repetindo desde o governo Getúlio Vargas, com as devidas ressalvas de tempo, governos e ideologias.
Mas assim como a água do rio, tudo passa e não adianta contrariar. Acabou o casamento PT/PMDB. Outros noivos e noivas aparecerão para clicar no apague a luz e seja lá o que Deus quiser.
Se o PMDB pretende mesmo chegar a presidência, indubitavelmente terá que apresentar a nação brasileira um projeto de salvação na economia e política do Brasil.
Sabemos que a corrupção corre solta na politicagem nacional e por mais que o juiz federal Sérgio Moro ganha apoio dos brasileiros ao investigar, punir, prender e condenar alguns ladrões, (segundo o Ministério Público Federal), petistas e outros tantos larápios no meio empresarial, aqui entende-se empreiteiras e construtoras maiores do Brasil.
O governo do PT promoveu o assistencialismo com maestria, ainda que sobrecarregando a classe trabalhadora, produtiva com impostos, taxas, juros e carestia na cesta básica, repercutindo diretamente nas contas públicas, seja federal, estadual ou municipal.
O PMDB do vice presidente Michel Temer foi conivente com tal modelo político nos últimos seis anos. Mas certo é que a prostituta do poder cansou de ser subserviente ao PT, por entender que possui estrutura política capaz de governar o Brasil a partir de 2018 e obviamente seduzirá e levará consigo integrantes de partidos menores.
Cabe então a Presidente Dilma garimpar, leiloar interessados em manter fiel ao pensamento petista, já prevendo os confrontos no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal de Justiça.
Em jogo está a perda de diversas prefeituras nas eleições deste ano e claro, o impeachment da presidente Dilma Roussef e a ascensão do PMDB ao governo, deixando de ser “prostituta para ser a dona da casa”. Não se o STJ/STF julgarem improcedente o processo de impeachment. Agora é esperar os próximos passos, enquanto o caldeirão político começa fervilhar nas articulação sobre alianças e escolhas dos pré-candidatos para as eleições de outubro próximo.
A possibilidade da convulsão social
Outro ingrediente da crise econômica de 2016 será a possibilidade de convulsão social. O Seguro Desemprego criou uma espécie de colchão para as pessoas que estão sendo demitidas e por isso, os reflexos nefastos do desemprego ainda não foram sentidos em sua plenitude.
Passado o Carnaval, e com o fim deste colchão fará com que as pessoas caiam em si e aí sim o desespero se fará presente. Sem a possibilidade de conseguir uma nova colocação no mercado de trabalho em função da total inexistência de vagas, o desespero se abaterá sobre as famílias.
O resultado disso serão manifestações cada vez mais numerosas e violentas como as que houveram no Rio de Janeiro e outras capitais durante a crise na década de 80. Os atos de vandalismo, embora reprováveis, serão inevitáveis diante do desespero das pessoas desempregadas e sem dinheiro para comprar até alimentos.
Restrição de crédito
As empresas sofrerão bastante com os efeitos da crise econômica de 2016, principalmente aquelas que dependem de crédito abundante para manutenção dos seus negócios.
Por uma questão de coerência econômica, diretriz que rege as decisões do mercado financeiro, ao contrário do que acontece na equipe econômica atual, os bancos deverão reduzir suas linhas de crédito, tanto a pessoas físicas quanto jurídicas.
Com a instabilidade na economia e no cenário político, o risco de inadimplência cresce e isso faz com que imediatamente os bancos aumentem a rigidez das suas condições para concessão de crédito.
O resultado será um cenário ainda mais difícil para se obter financiamento nas instituições privadas, já que para elas, é mais seguro aplicar o caixa em títulos federais, que pagam uma das taxas de juros mais altas do planeta, e pelo menos teoricamente, é um investimento mais seguro.
Como os bancos públicos estarão na mesma situação, e até mesmo, por imposições regulatórias, também não terão como evitar a redução de crédito. Neste cenário, a obtenção de empréstimos se transformará em um desafio a mais para as empresas neste momento de crise.
Evidente está que a crise brasileira política e econômica em vez de ser apaziguada agrava ainda mais com a decisão de rompimento do PMDB da base governista. Fica a expectativa sobre a repercussão desta ruptura nos estados.
Fontes:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141992000100006
ww.empreendedoresweb.com.br/crise-economica-de-2016/
http://cartamaior.com.br/?/Coluna/A-crise-no-PT-tem-nome-e-sobrenome/1983
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.