Terremoto político no Brasil
Na sexta feira, 4 de março, o Ministério Público Federal “sugeriu” e o juiz Sergio Moro determinou a “condução coercitiva” do ex-presidente Lula que foi finalmente obrigado a depor na Delegacia da Policia Federal, localizada no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
A partir de então o Brasil se dividiu politicamente com parte apoiando as investigações da Polícia Federal e outra parte indignada com o abuso de autoridade por causa dos possíveis indícios de que o ex-presidente, sua família e o Instituto Lula tenham sido beneficiados com propinas em pleno exercício do cargo de presidente da república. “Estou indignada e classifico de desnecessária esta ação da Polícia Federal”, disse a presidente Dilma Rousseff, em cadeia nacional.
Certo é que a 24ª fase da operação Lava Jato, da PF, denominada e operação Aleteia, (em grego significa verdade suprema) provocou um estrago na cúpula do PT e de seus apadrinhados, tendo ainda muito a ser esclarecido diante das denúncias de desvio de dinheiro público, oriundo do mensalão, lava jato e enriquecimento ilícito da família Lula da Silva.
Obviamente que o PT e seus correligionários se defenderão de todas a maneiras alegando que a Constituição Federal foi ferida, o próprio Lula resumiu dizendo “o que aconteceu foi uma ofensa ao estado de direito e à democracia”. que o juiz Sergio Moro está abusando do poder de autoridade, que o ex-presidente é pessoa de bem e nunca tirou vantagem do cargo de presidente e muito menos é dono do apartamento/tríplex em Guarujá ou do sítio em Atibaia-SP e por aí vai. Outros falam até em confronto entre as forças neoliberalista e trabalhista.
Contudo, Lula certamente fará o papel de coitadinho e vítima da elite e assim está dada a largada para sua campanha de volta a presidência da república, em 2018, alegando que a condução coercitiva não passou de uma teatralização que será devidamente comprovada pela OAB e demais órgãos jurídicos competentes e assim Lula se manterá explícito e implicitamente na mídia como vítima e costurando sua chegada ao poder, ora aparecendo como coitadinho ora como poderoso chefão e o povo brasileiro que traduza os reais interesses ideológicos partidários, ainda que sobre os efeitos deste terremoto político que indubitavelmente poderá alcançar também o ninho tucano. Afinal a lei é para todos e a corrupção na política brasileira precisa ser veemente combatida. É tudo que o pacifico e ordeiro povo brasileiro deseja.
Fontes:
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.