Carlos Evangelista

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CARLOS EVANGELISTA, POLÍTICA SÓCIOAMBIENTAL, UNCATEGORIZED

Lama tóxica de Mariana: Acidente natural ou crime ambiental?

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A lama tóxica oriunda do rompimento da barragem da Samarco, no dia 5  de novembro  de  2015, em Mariana, Estado de Minas  Gerais,  cujo  donos são a Vale do Rio  Doce e mineração anglo-australiana BHP Billiton,  após  vinte dias do acidente adentra o mar do Espírito Santo, na pequena  comunidade de pescadores denominada Regência; um santuário das  tartarugas marinhas e um dos melhores points de surf do país, em Linhares, no Estado  do Espírito  Santo,  segundo  informações  do Instituto  Estadual de Meio  Ambiente.

Por mais que os responsáveis pela barragem concordam no amparo às famílias atingidas, indenizações, apoio médico, acordo para  não  demitir  os  funcionários da barragem,  depósito  de  R$300 milhões para arcar com os prejuízos humanitários  e  ambientais, o acidente vai continuar  causando  danos à saúde das pessoas afetadas, com  riscos evidentes  de contaminação  da água, hepatites,  dengue,  etc,  estando  a  economia  da  região também  bastante comprometida  por anos à fio.

Abalos sismológicos

Fala-se muito da omissão dos responsáveis da barragem por falta de manutenção, ou sistema adequado de alerta à população em caso de acidente, etc. Porém, segundo a Agência Brasil de  Comunicação (EBC) a  região  de Ouro Preto,  registrou três pequenos  abalos  sísmicos no  dia  do  acidente, sendo o maior  deles na casa de  2,1 graus numa  escala brasileira, duas horas antes  do  rompimento da ou  das barragens.

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O tremor pode ter sido uma das principais causas do rompimento da represa em Mariana, na região de Ouro Preto. O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB) também registrou os tremores na região de Bento Rodrigues, podendo acarretar novos rompimentos nas barragens de Germano e Santarém, na região.

Acidente ou crime?

Se foi acidente ou crime é preciso avaliar com muita responsabilidade, continua defendendo o Ministério Público de Minas Gerais, além da lamentável tragédia humanitária e ambiental onde ao menos quatro pessoas  morreram, 22 seguem desaparecidas e mais de 600 pessoas estão  desalojadas. E a avalanche de rejeitos de minérios e componentes químicos segue afetando outros municípios ao longo do Rio Doce, em Minas Gerais e Espírito Santo.

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Código de mineração

Todos sabem que a mineração é uma atividade muito danosa ao meio ambiente e à população. É o setor que mais mata, enlouquece e mutila no mundo. Contudo, o Ministro de Minas e Energia Eduardo Braga, disse que “o código de mineração está em discussão no Congresso Nacional há três anos”.

Certo é que muito ainda precisa ser investigado para responder as muitas perguntas, mas evidente está que todas as grandes barragens brasileiras precisam de  rigorosa fiscalização e que o lamentável acidente ambiental de Mariana sirva de alerta às autoridades ambientais e às demais  mineradoras que lançam  rejeitos de minérios nos principais  rios do Brasil.

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ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) criticou duramente o governo brasileiro, a Vale e a mineradora BHP pelo que considerou uma resposta “inaceitável” a tragédia de Mariana.

Fontes:

www.agenciabrasil.ebc.com.br/observatorio-sismológico

www.bbc.com

www.samarco.com/barragens

Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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