DILMA NA BERLINDA: Presidenta alia-se ao Congresso e ao MST para desmobilizar manifestação popular
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Corrupção, Gatos pingados, Impeachment, Indignação popular, Intervenção militar
Em meio a uma crise política e econômica, a presidenta Dilma Rousseff, na berlinda, sentirá e ouvirá os aclamos dos brasileiros, em manifestação popular marcada para este domingo, dia 16 de agosto, em todo o Brasil.
Para muitos, tudo não passa de um chamamento por parte da oposição, como forma de sacudir o governo do PT. Para outros, no entanto, o movimento é do povo e para o povo diante da corrupção petista na esfera federal, inflação subindo, carestia da cesta básica, aumentos exorbitantes das tarifas de água, luz, impostos e taxas, o que vem arrochando e muito o trabalhador brasileiro, já cansado de promessas e mentiras por parte dos governantes.
A presidenta, sabedora do estrago que a população insatisfeita pode provocar, vem promovendo encontros com o que resta de apoio da base aliada, sendo a força mais expressiva o Congresso Nacional, liderado por Renan Calheiros, apoiado por Lula, Movimento dos Sem Terra, Movimento das Margaridas e boa parte dos governadores e prefeitos cabrestados, com o firme propósito de “melar” a manifestação popular prenunciada.
Não obstante, o povo brasileiro está indignado com o rombo financeiro, conforme Operação Lava Jato, pacote fiscal antipopular e sabe-se lá o que mais poderá vir pela frente, visando conter a inflação que bate à porta, os juros exorbitantes, a desvalorização do Real, o desemprego crescente, uma indústria brasileira retraída e a passo de tartaruga, a agricultura sem incentivos, a saúde e a educação em derrocada.
Entretanto, penso que falar em impeachment, não seja a alternativa mais racional, mesmo porque seria o PMDB de Michel Temer a assumir a presidência e tudo continuaria igual ou pior. Intervenção militar “requer mais preparo” de gestão por parte das Forças Armadas, além do risco da história repetir 1964, quando a intervenção virou ditadura por causa da ala linha dura dos milicos.
Diante do exposto, só resta ao povo brasileiro exercitar os ares de uma democracia capenga, que quase tudo permite, mas que na realidade pouco muda enquanto sistema político, sem falar do monopólio da segurança pública à serviço do poder, que se necessário caceteia os manifestantes sem dó nem piedade. É o vale tudo para se manter no poder, inclusive enquadrar os afoitos manifestantes em terroristas.
Uma coisa é certa, neste domingo, os “gatos pingados” vão miar e incomodar muitos políticos e empresários corruptos ou não. Do mais é esperar para ver onde o eco da voz do povo nas ruas vai sacudir, incomodar, assustar ou até derrubar a estrutura política apodrecida que teima mamar nas tetas leitosas do poder a todo custo, pouco se importante com o estado de pobreza ou de indignação dos brasileiros.
Porém, dizer que o poder emana do povo e para o povo é quase utópico; mas democraticamente não existe outro caminho, já que radicalismo ou extremismo não condiz com o pacífico e ordeiro povo brasileiro.
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.