Carlos Evangelista

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DILMA NA BERLINDA: Presidenta alia-se ao Congresso e ao MST para desmobilizar manifestação popular

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Corrupção, Gatos pingados, Impeachment, Indignação popular, Intervenção militar

Em meio a uma crise política e econômica, a presidenta Dilma Rousseff, na berlinda, sentirá e ouvirá os aclamos dos brasileiros, em manifestação popular marcada para este domingo, dia 16 de agosto, em todo o Brasil.

Para muitos, tudo não passa de um chamamento por parte da oposição, como forma de sacudir o governo do PT. Para outros, no entanto, o movimento é do povo e para o povo diante da corrupção petista na esfera federal, inflação subindo, carestia da cesta básica, aumentos exorbitantes das tarifas de água, luz, impostos e taxas, o que vem arrochando e muito o trabalhador brasileiro, já cansado de promessas e mentiras por parte dos governantes.

A presidenta, sabedora do estrago que a população insatisfeita pode provocar, vem promovendo encontros com o que resta de apoio da base aliada,  sendo  a  força  mais  expressiva o  Congresso  Nacional, liderado  por Renan Calheiros, apoiado por Lula, Movimento dos Sem Terra, Movimento das Margaridas e boa parte dos governadores e prefeitos cabrestados, com o firme  propósito de “melar” a manifestação popular prenunciada.

Dilma saudando a Mandioca

Não obstante, o povo brasileiro está indignado com o rombo financeiro, conforme Operação Lava Jato, pacote fiscal antipopular e sabe-se lá o que mais poderá vir pela frente, visando conter a inflação que bate à porta, os juros exorbitantes, a desvalorização do Real, o desemprego crescente, uma  indústria brasileira retraída e a passo de tartaruga, a agricultura sem  incentivos,  a  saúde e  a  educação em  derrocada.

Entretanto, penso que falar em impeachment, não seja a alternativa mais racional, mesmo porque seria o PMDB de Michel Temer a assumir a presidência e tudo continuaria igual ou pior. Intervenção militar “requer mais preparo” de gestão por parte das Forças Armadas, além do risco da história repetir 1964, quando a intervenção virou ditadura por causa da ala linha  dura  dos milicos.

Diante do exposto, só resta ao povo brasileiro exercitar os ares de uma  democracia capenga, que quase tudo permite, mas  que  na  realidade pouco muda enquanto sistema político, sem falar do monopólio da  segurança pública à serviço do poder, que se necessário caceteia os manifestantes sem  dó nem piedade. É o vale tudo para se manter no poder, inclusive enquadrar os  afoitos manifestantes em terroristas.

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Uma coisa é certa, neste domingo, os “gatos pingados” vão miar e incomodar muitos políticos e empresários corruptos ou não. Do mais é esperar para ver onde o eco da voz do povo nas ruas vai sacudir, incomodar, assustar ou até derrubar a estrutura política apodrecida que teima mamar nas tetas leitosas do poder a todo custo, pouco se  importante com  o  estado  de pobreza ou de indignação dos brasileiros.

Porém, dizer que o poder emana do povo e para o povo é quase utópico; mas democraticamente não existe outro caminho, já que radicalismo ou extremismo não condiz com o pacífico e ordeiro povo brasileiro.

Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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