GRÉCIA: Berço da filosofia em crise econômica
Tags:
Ajuda econômica, Bancos europeus, Credores, Dívida, Exigências, FMI, Moratória
Neste momento em que o mundo todo se volta para a “Grécia moderna”, afundada numa crise financeira “quase irreversível”, é normal imaginar os grandes filósofos gregos remexerem-se nos seus respectivos túmulos como se unidos querendo ajudar o país a sair dessa pecha de nação caloteira.
O que dirá Tales (tudo vem da água…?) e Demócrito, o descobridor da teoria atômica? Pior para Sócrates, ateu, escultor, defensor do suicídio, mandado pela mulher Xantipa. Platão, o defensor das vaidades das coisas ou Aristóteles, o artista das letras ou Epícuro, o filósofo do prazer. Que se unam todos os grandes filósofos gregos na busca da melhor saída antes que a Grécia desapareça do mapa europeu por causa de tanta dívida, que começou em 2001 e só vem aumentando a ponto da moratória ser quase a única via.
Não obstante, os líderes dos bancos europeus decidiram por unanimidade acordo de ajuda à Grécia, com um novo pacote de ajuda financeira. O terceiro em cinco anos. Desta feita a meta é emprestar cerca de 86 bilhões de Euros. É bom que se diga que o Fundo Monetário Internacional (FMI) já afirmou que não emprestará mais dinheiro para a Grécia por causa do calote já sofrido.
Ajuda econômica
Obviamente que são muitas as exigência dos líderes europeus, já que a Grécia tem uma dívida superior a 150% de seu produto interno bruto (PIB), que é a soma de tudo o que é produzido no país.
Para o repasse ser efetivado a Grécia deve aprovar e cumprir indigesta reforma econômica constante no pacote de ajuda, tais como: reduzir gastos, privatizar estatais, reformular as gordas aposentadorias, aumentar impostos, aceitar que a economia do país seja monitorada de pertinho por um conselho dos bancos credores que terá sede em Atenas.
Grécia no Euro
Verdade é que em 2001, com a entrada da Grécia na zona do Euro, os gregos deitaram e rolaram, gastaram à bessa com todo tipo de mordomias. Mas a farra acabou e ninguém quer abrir mão dos benefícios que pareciam não ter fim. Mas a mordomia acabou e o povo grego já com fama de preguiçoso enfrentará a frieza inóspita da Alemanha; maior credor da Grécia.
Assim sendo, uma vez aprovadas as condições exigidas, a Grécia, primeira democracia do mundo, sentira de perto o significado da palavra arrocho econômico, que certamente provocará muitas convulsões sociais até que o povo grego aceite passivamente pagar o que deve, ainda que às duras penas, que indubitavelmente mexerá no bolso dos trabalhadores, aposentados, custo de vida e muito mais.
Só assim os grandes filósofos descansarão em paz e continuarão sendo visitados nos glamorosos museus gregos que tantos turistas atraem para melhor compreensão filosófica.
Grécia: Sul do Continente Europeu
População: 11 milhões de pessoas (menor que a população da cidade de São Paulo).
Capital: Atenas
Moeda: Euro
Primeiro ministro: Aléxis Tsipras
Dívida: 175% do PIB
PIB-2014: 237 bilhões
Taxa de crescimento: – 0,20%
52% dos jovens estão desempregados
45% dos aposentados são pobres
40% das crianças estão na linha da pobreza.
Fontes:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150706_grecia_peston
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.