BETO RICHA OU ÁLVARO DIAS: Quem gosta menos de Professor?
Tags: Autoritarismo, 29 de abril, 30 de agosto, Alep, Previdência do estado,
Foi fichinha a prepotência do ex-governador Álvaro Dias no dia 30 de agosto de 1988, contra os professores (…), em comparação com o abuso de autoridade por parte do atual governador Beto Richa-PSDB, neste último dia 29 de abril , que ordenou (embora não assume) a PM disparar bala de borracha, bomba de gás lacrimogêneo, bomba de efeito moral, mordidas de cães, spray de pimenta…contra os professores para que os mesmos não atrapalhassem a intenção do governador em fazer aprovar, à força, na Assembleia Legislativa do Paraná, o projeto sobre o fundo de previdência do estado (…), que visa o abocanhamento do dinheiro dos servidores estaduais para sanar problemas financeiros do governo.
Aproximadamente 1.650 policiais militares foram convocados para coibir a entrada dos professores estaduais na galreia da ALEP, culminando no inevitável confronto, que deixou mais de duzentas pessoas feridas.
Obviamente que ao governador Beto Richa continua afirmando que a polícia agiu em legítima defesa. O secretário de segurança pública Fernando Franscichini se limitou a dizer que a ação policial seguiu ordens do comando da PM. O presidente da ALEP Ademar Traiano disse que a votação e aprovação do projeto da previdência ocorreu num clima de tranquilidade, ignorando o clima de guerra que acontecia no lado de fora da Assembleia Legislativa.
Diante do ocorrido, o princípio democrático foi ferido, havendo ainda a possibilidade da intenção do governador ser barrada por inconstitucionalidade pelo Ministério da Previdência, além do Sindicato dos Professores mover ação judicial responsabilizando o governador Beto Richa, o presidente da ALEP, Ademar Traiano e o secretário de segurança Fernando Franscischini pelo excesso de violência evidenciando o abuso de autoridade.
Lamentável é saber que tudo isso poderá dar em nada, porém, o capital político de Beto Richa, Traiano, Francischini, Romanelli e deputados que votaram favoráveis desde já, sem sombras de dúvidas, está prejudicado.
Contudo, cabe ao Ministério Público analisar e responsabilizar tais abusos, seja por parte dos policiais, professores, comandantes e demais atores envolvidos no lamentável episódio que põe o Paraná na triste condição de estado autoritário, que desrespeita e fere a já capenga democracia brasileira.
Fontes:
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.