CRISE POLÍTICA-FINANCEIRA NO BRASIL: NÃO a cômoda, vergonhosa, revoltante e perigosa alternativa de arrochar a população.
É de longe sabido que os políticos brasileiros – com raríssimas exceções- pensam primeiramente neles, depois nos seus patrocinadores, aliados partidários, familiares e por último no povo. Pois se diferente fosse abririam mão dos seus aviltados salários que volta e meia são reajustados, indiferentes às crises financeiras que passam os municípios, estados e união.
Então alternativa seria o fim da remuneração aos políticos, tal qual nos idos das décadas de 50/60 do século passado, quando vereador nada recebia para representar o povo?
Certo é que nesse conchavo selado entre os poderes executivo, legislativo e judiciário, população, igreja e a imprensa cabe tão somente a obediência, sob risco das penalizações nos rigores das leis por eles (os conchavados) criadas para a necessária proteção.
Neste momento o que se vê no Brasil é uma crise política/financeira prenunciando desemprego, menos investimentos nos setores da educação, saúde, infraestrutura pública e por aí vai. Em meio a tudo isso, rombos e rombos praticados por políticos ladrões que se aliam a “empresários escrotos” que juntos roubam hospitais, Petrobras, superfaturam obras de todos os naipes, falsificam aprovação de concursos visando beneficiarem seus “afilhados”, além das mil e uma maracutaias nas licitações públicas, culminando no enriquecimento ilícito de políticos e familiares, pouco importando quem sãos os “laranjas” dessas quadrilhas.
Desta forma, é óbvio que sobrarão parcos recursos financeiros nos cofres públicos das prefeituras, estados e união, para as obras necessárias que “facilitariam” a vida das pessoas.
Mas então não tem como fiscalizar com rigor visando acabar com essas licitações forjadas e tanta roubalheira nos processos licitatórios? Evidente que sim, desde que os corregedores dos tribunais de contas não sejam mais ex-deputados, ex-secretários estaduais e apadrinhados políticos que lá estão, para blindarem os seus correligionários partidários e poucas punições ocorrem. Ou seja, denúncia de corrupção na atualidade, na sua grande maioria vai parar nas gavetas de algum “conselheiro” do “temível Tribunal de Contas”.
O certo, imagino, até mesmo para fortalecimento do Ministério Público, Polícia Federal, Gaeco, para iniciar de fato o combate à corrupção em todas as esferas da administração pública é a contratação via concurso público de gestores públicos com nível superior, exatamente para auxiliarem, formatarem e se responsabilizarem pelas ações políticas nas câmaras e prefeituras municipais, autarquias, fundações, estatais, institutos, ONGs, partidos políticos, secretarias de estados, ministérios e até a presidência da república, haja vista que os diretores dessas instituições na atualidades são verdadeiras vaquinhas de presépios e também passivos de atos criminosos.
Acredito sim que com capacidade técnica, boa vontade de fazer o bem comum, os corruptos sofreriam o primeiro e grande golpe. E assim os reflexos dessas medidas chegariam à presidente Dilma Rousseff, em Beto Richa, governador do Paraná e outros tantos políticos que diante de uma crise financeira, política, ética, moral ou democrática, preferem aumentar impostos, cortar recursos da saúde e da educação, indubitavelmente buscariam alternativas técnicas e modernas e não mais a cômoda, vergonhosa, revoltante e perigosa saída de tão somente arrochar ainda mais a população brasileira.
Vale lembrar que o governador do Paraná, Beto Richa vem sofrendo grande desgaste político com a invenção de tal pacotaço/tratoraço que planejava meter goela abaixo dos professores e servidores estaduais. A senhora Dilma, muito provavelmente no próximo dia 15 de março “sentirá na pele” os gritos da população. Fala-se até numa possível intervenção (diferente de ditadura) militar no governo federal. Se isto é bom ou ruim para o Brasil, veremos. O que não pode é a classe política tripudiar com o pacífico povo brasileiro. Paciência tem limite.
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.