Carlos Evangelista

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CARLOS EVANGELISTA, COMUNICAÇÃO POLÍTICA

“Tratoraço” de Richa provoca invasão na ALEP

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O governador reeleito Beto Richa-PSDB-PR, está vivendo esta semana que antecede o carnaval, dias de cão no Palácio Iguaçu, em Curitiba. “Caloteiro, ladrão, sem educação, mal gestor, engomadinho, burguesinho, estadista de meia  tigela e os cambaus”, são alguns dos adjetivos que os  revoltados grevistas (educação, saúde, bombeiros, agentes penitenciários, universidades,…) vem gritando como palavra de ordem contra o “tratoraço” ou “medidas de austeridade” que o governador quer que os deputados aprovem. A intenção falhou e a situação se agravou com os manifestantes invadindo a Assembleia Legislativa do Paraná.

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Obviamente que sem tamanha manifestação, já era certa a vitória de Richa. Mas o quadro está se revertendo com a invasão dos grevistas na ALEP, na última terça feira. E olha que isso pode ser apenas o começo de uma tremenda dor de cabeça para o governador, sua equipe e  deputados  estaduais da  sua  base  aliada que  é  a grande maioria. Mas o barulho que os poucos mais de cinco parlamentares de oposição estão aprontando é de meter medo na situação.

Os deputados novatos da base aliada até foram sensibilizados pela retirada do “tratoraço”, mas o cabresto partidário fez silenciar suas boas intenções.

Se na segunda feira eram cerca de 5 mil manifestantes, na terça aumentou  para 10 mil, na quarta eram mais de 20 mil, na quinta já passam de 30 mil grevistas.

O resultado disso são alunos da rede estadual sem aula, professores indignados e o funcionalismo público estadual apreensivos e atentos as  boas ou maldosas intenções do governador que inicialmente chegou  chamar o movimento de “grevinha”.

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O porquê dos protestos resumidamente é o atraso no pagamento do 1/3 de férias dos professores QPMs, não pagamento das rescisões dos professores PSS, do não pagamento da estadia aos bombeiros que  estão  trabalhando no litoral durante a operação verão, da intenção do  governador em mexer para na sequência meter a mão no dinheiro da previdência dos servidores estaduais, ajustes fiscais,  aumento das receitas e diminuição de despesas, teto para aposentadoria de R$4,6 aos  servidores etc e  tal.

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Deputados encurralados no “ônibus” da PM. Decisão do “pacotaço” ficou para depois do carnaval.

Desta forma, essas medidas impositivas ou impopulares vem causando mobilizações  de  diversas  categorias no Paraná e  tem até  gente  falando no impeachment de Richa se o “tratoraço” for às  escondidas  aprovado  na mão grande. “Pacotaço” esse que num primeiro momento vem disfarçado sendo praticamente incompreensível aos leigos, mas que sabidamente será indigesto na sequência.  Mas daí já será  tarde. Por isso a greve.

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Silenciosamente, mas com boa pitada de concordância ao movimento grevista, diversos setores da administração pública estadual, universidades, universitários, estudantes secundaristas e sociedade civil acompanham com interesse o desfecho deste episódio de revolta popular que está começando pelo Paraná, mas que tende se espalhar pelo Brasil, até chegar e atingir diretamente a presidente Dilma Rousseff e o PT, diante da carestia imposta  no custo de vida  da população  brasileira,  em meio a corrupção exacerbada e essas tais medidas impopulares, porque  não  dizer.

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Fontes:

www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/tratoraco

www.pr.ricmais.com.br/tratoraco

www.paranaonline.com.br

www.appsindicato.org.br

Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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