Carlos Evangelista

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CARLOS EVANGELISTA, VIOLÊNCIA E CIDADANIA

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: 100 ANOS DEPOIS: 1914-2014

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Decorridos 100 anos da Primeira Grande Guerra Mundial, cabe uma breve reflexão sobre os motivos e a tímida participação do Brasil.

Conflito social de 1914-1918 terminou com cerca de 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou a agricultura, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos.

Para alguns especialistas de guerra o estopim da 1ª Guerra Mundial foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo, na Bósnia-Herzegovina. O império austro-húngaro não aceitou o resultado das investigações e as medidas tomadas em relação ao crime praticado por um integrante do grupo sérvio chamado mão-negra e no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Sérvia.

A partir de então os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares. De um lado havia a Tríplice Aliança já formada em 1882 por Itália, Império Austro-húngaro e Alemanha (a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, já formada em 1907, com a participação da França, Rússia e Reino Unido.

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Na verdade havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos. E obviamente, já no início do século XX, havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, sem falar do descontentamento da Alemanha e Itália que haviam ficado de fora do processo neocolonial, enquanto que  França e Inglaterra podiam explorar  diversas colônias ricas  em matérias-primas e com  grande mercado  consumidor na partilha da Ásia e da África.

Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem. A referida corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro. Como se não bastasse a França estava engasgada por ter perdido para a Alemanha a região da Alsácia-Lorena, durante a guerra franco-prussiana, no final do século XIX. Assim a França estava pronta para a revanche a partir da primeira oportunidade.

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Brasil na Primeira Guerra Mundial

Com um exército de apenas 55 mil homens e uma marinha que perdera em pujança nos anos conhecidos  como  República Velha (1898-1930), o  Brasil só poderia prestar  ajuda simbólica e portanto ao  lado da Tríplice Entente,  em 26  de outubro  de  1917, enviou a Europa não  mais que 20 oficiais e uma força médica de cem  homens, no combate contra a Alemanha.

Contudo, a tímida participação do Brasil na Primeira Guerra fez mostrar ao mundo, de que lado estava, trocando a influência de Londres para Washington, passando a ter assento no Tratado de Versalhes (1919), documento oficial pós-guerra. Documento este que influenciou e muito o início da 2ª Guerra Mundial.

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Somente em 1917, ocorreu um fato histórico de extrema importância: a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entravam ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com a Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Tríplice Aliança a assinarem a rendição e, por conseguinte o Tratado de Versalhes, que impunha aos perdedores fortes restrições e punições.

Vale lembrar que ao eclodir a guerra em 1914, há cem anos, o Brasil tinha sua economia predominantemente agroexportadora e focada no café. Detinha o Brasil quatro quintos da oferta mundial. Venceslau Brás era o presidente do Brasil.

Fontes:

http://www.bbc.co.uk/portuguese

http://www.sohistoria.com.br/ef2/primeiraguerra/

Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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