Carlos Evangelista

Carlos Evangelista

//
você está lendo…
CARLOS EVANGELISTA, COTIDIANO

Morte: Na hora da minha Amém!

vidaapsamorte

Para muitas pessoas a morte é o fim necessário para a eternidade, logo, é preciso morrer não só para ceder espaço as novas gerações sendo “mal indispensável” para separar o corpo do espírito, terminando o ciclo de vida em simples folhas de papéis e ficam para trás a família, os bens, as riquezas, doenças e tudo mais. Todos morrem iguais só modificam as causas mortis.

Se você vivente já precisou cuidar do sepultamento de uma pessoa, tem a experiência para endossar ou não sobre a hora da morte. O assunto envolve lágrimas, hospitais, polícias, IML, planos funerários, cemitérios, floristas, etc.

Já foi diferente, mas na atualidade  um  funeral  completo começa pelo atestado médico especificando o motivo da morte. Se foi em casa, no hospital, no trânsito, morte natural, assassinato. Boletim  de ocorrência, plantão funeral,  rodízio  das  funerárias,  compra  do  caixão, véu,  decoração, maquiagem, mortuária,  roupas, velas, documentação, cartório, atestado de óbito, pagamentos, taxas, capela, cafezinho/salgadinho, líder religioso, transporte para o cortejo fúnebre, sepultamento, onde? Possui plano funeral, bancos Itaú, CEF, Bradesco, planos diversos? Formas de pagamento. Burocracia extremada.

Família: estado psicológico fragilizados.

Quando a pessoa morre, há algumas opções; ou será enterrado, sepultado em cemitérios ou cremado.

O enterro consiste em colocar o cadáver em um caixão para depois enterrá-lo em uma cova. Já o sepultamento consiste em sepultar o cadáver em uma sepultura. A cremação  consiste numa técnica funerária onde se realiza a queima do cadáver, transformando os restos mortais em cinzas, que podem ser guardadas ou jogadas em algum lugar especial para o morto.

1nov2013---vela-foram-acesas-em-frente-a-tumulos-no-cemiterio-dos-herois-em-taguig-leste-de-manila-nas-filipinas-nesta-sexta-feira-1-os-filipinos-lotam-os-cemiterio-do-pais-para-visitar-1383338077411_956x500

No cemitério, além do enterro e do sepultamento também normalmente ocorre o velório da vitima. Ao redor de cemitérios é comum encontrar floriculturas, que vendem coroas de flores para serem postas no caixão. É comum também encontrar serviços funerários em localidades próximas de um cemitério.

A família, num momento do psicológico fragilizado vai lidar com o cumprimento legal de acordo com a lei do município onde o morto será finado. Alguns municípios brasileiros tem o serviço municipalizado, terceirizado ou compartilhado. Em Curitiba, por exemplo, o serviço funerário é atendido por um rodízio das 26 funerárias vencedoras da licitação na prestação de serviço, de acordo com a lei 10.595/02 alterada pela lei 12.756/08 e CP/208, homologada em 20/03/2012. O rodízio das funerárias é centralizado pela prefeitura através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, atualmente operando o sistema na Praça Souto Maior, anexo ao Cemitério Municipal São Francisco de Paula, durante 24 horas.

A central do serviço funerário municipal exige na hora da morte: documento de identificação do familiar responsável, documento de identificação do falecido, declaração de óbito fornecido pelo medico ou legista, identificação do motorista, documento atualizado do veículo que ira transladar o corpo, ficha de acompanhamento funeral podendo até mesmo protocolar queixa formalizada em qualquer posto da PMC.

O rigor da lei no cumprimento da lei 10.595/02 não evita as brigas, discussões e constrangimentos da família na hora de enterrar seu ente querido.

Fala-se que das 26 funerárias, nove pertencem ao mesmo dono. Outras quatro são donas de mais três funerárias cada. Deduz-se daí a constituição da máfia do serviço funeral na capital paranaense.

No momento do estado psicológico fragilizado os agentes/funcionários das funerárias de plantão brigam entre si e cada qual quer subornar a família acenando para um preço menor o que muitas vezes o barato sai caro.

Cem

O responsável da família sofre constrangimento diante da polêmica para saber quem é a funerária vencedora do rodízio, enquanto isso o morto fica lá esperando o desfecho, mesmo porque agora é proibido velar o corpo durante a noite por causa de muitos assaltos nas capelas mortuárias.

26 funerárias em Curitiba

Obviamente que com dinheiro a vista tudo fica mais fácil para a inevitável negociação. Mas se a família é pobre  e for pega de surpresa o descaso é maior, principalmente no IML onde o cadáver silenciosamente aguarda.

A família enlutada só fica descansada após todas as exigências serem atendidas em 24 horas  ou não.

Percebe-se que as disputas para atender o sepultamento ou a cremação exige uma discussão mais modernizada  sobre o assunto enterro, que em Curitiba custa caro e é visivelmente monopolizado pelo cartel da máfia das funerárias.

Objetivo é reduzir o alto valor para se enterrar uma pessoa sem que membros das famílias sejam constrangidos durante o momento de grande dor. Quando chegar a hora da minha e da nossa morte. Amém.

Fontes:

www.paranaonline.com.br

www.gazetadopovo.com.br

www.curitiba.pr.gov.br

Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *