TJ-PR: Denúncias de corrupção contra ex-presidente Clayton Camargo
Escândalo no judiciário do Paraná. Esta semana o Tribunal de Justiça do Paraná (TJP) foi destaque nos noticiários do estado, nacional e internacional por causa das denúncias de corrupção por parte do ex-presidente do TJ-PR Clayton Camargo, recentemente afastado do cargo, em meio as denúncias de tráfego de influência, prepotência, vendas de sentenças, nepotismo, etc.
O tráfego de influência se deu durante a eleição de conselheiro do TC, quando Clayton de tudo fez para nomear o filho deputado estadual, Fabio Camargo, ao cargo. Na queda de braço, o então presidente do TJ elegeu o filho com apoio da maioria dos deputados estaduais, no dia 15 de julho deste ano.
Diante das suspeitas de tráfego de influência, a Procuradoria Geral da República (PGR) pediu o afastamento de Fábio Camargo do TC. Dias antes o pai Clayton Camargo foi afastado cautelosamente do TJ pelo Conselho Nacional de Justiça.
Esta semana, o deputado estadual Elton Welter (PT), líder da oposição na Assembleia Legislativa do Paraná disse que os deputados sofreram pressão e ameaças para votar em Fabio Camargo na eleição do TC, alegando o deputado do PT que em troca houve um acordo dos três poderes, para aprovação de uma lei de autoria do executivo e do judiciário paranaense – aprovada pela ALP – garantindo ao governo acesso ao montante de R$2,3 bilhões proveniente dos depósitos judiciais não tributários do TC. Os demais deputados estaduais do Paraná querem agora que Helton Welter apresente as provas, caso contrário poderá sofrer sanções da casa.
Diante das denúncias contra o ex-presidente do TJ, cabe alguns questionamentos: rapidamente o CNJ bloqueou a liberação dos depósitos judiciais, ao governo do Estado, sob comando do tucano Beto Richa, que já contava com o montante de olho nas “obras” e nas eleições do ano que vem. Muito provavelmente o chefe do executivo estadual ficará chupando o dedo. O desembargador sujou o próprio nome e do TJ do PR. O filho nomeado a força, na mão grande, sequer pode dizer alguma coisa. As lideranças pró-governo estão desapontadas pelo tiro ter saído pela culatra. O governador Beto Richa calou-se diante das acusações para não ser envolvido direta e politicamente.
A sociedade paranaense que se dane diante dos mandos e desmandos do ex-presidente do TJ-PR subtende-se judiciário? A pergunta é: essas alçadas superiores bem poderiam aproveitar as investigações e mensurar o patrimônio da família Clayton Camargo, com foco na sonegação fiscal, terras griladas, etc, e uma vez provadas as denúncias, quando corruptos prepotentes como Clayton Camargo sofrerão sanções em praça pública para moralizar o poder público? Ou as pressões e ameaças contra a Imprensa, profissionais de comunicação e população em geral continuarão?
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.