IDEOLOGIA POLÍTICA: Conjunto de ideias e pensamentos?
Geralmente os partidos políticos pregam essa ou aquela ideologia em seus estatutos. Na verdade são ideologias fictícias e muito parecidas, salvo em raríssimas entrelinhas. Nos dias atuais, por exemplo, qual a ideologia política do Partido dos Trabalhadores (PT)? Difere muito ou não da ideologia do DEM, PSDB, PMDB, PV ou de outros partidos? Sinceramente não vejo muita diferença. Ou seja, ideologia nos dias atuais me parece ser uma espécie de “bolsões”, onde determinados grupos utilizam veículos de comunicação (a serviço do poder) e querem falar por nós, manifestantes ou não sobre nossas ideias e pensamentos.
Em nosso cotidiano ao nos relacionarmos com as outras pessoas, exprimimos por meio de ações, palavras e sentimentos uma série de elementos ideológicos. Como vivemos em uma sociedade capitalista, a lógica que a estrutura, a da mercadoria, permeia todas as nossas relações, sejam elas econômicas, políticas, sociais ou sentimentais, podemos dizer que há um modo capitalista de viver, de sentir e de pensar.
A expressão da ideologia na sociedade capitalista pressupõe a elaboração de um discurso homogêneo, pretensamente universal, que, buscando identificar a realidade social com o que as classes dominantes pensam sobre ela, oculta as contradições existentes e silencia outros discursos e representações contrárias.
Porém, outras manifestações ideológicas, obscurecem as diferenças sociais, econômicas e culturais, os conflitos entre os vários grupos e classes, enfatizando uma unidade e igualdade que não existe.
Mas existem também outras formas de ideologias que são desenvolvidas sem muito alarde que penetram nosso cotidiano. Uma delas é a ideia de felicidade. Felicidade, para muitos, é um estado relacionado ao amor. Para outras pessoas felicidade é dinheiro, realização profissional, bem-estar existencial e material. Mas aí vem as religiões pregando que o amor vence todas as dificuldades. Ou as universidades com suas expressões ideológicas embasando o conhecimento científico como verdade inquestionável, confrontando com os centros acadêmicos, sindicatos, ONGs, etc.
Sabe-se, contudo, que antes da Idade Moderna, as explicações da realidade eram dadas pelos mitos ou pelo pensamento religioso. Uma das primeiras ideias sobre ideologia foi expressa por Francis Bacon (1561-1626) que declarava que até aquele momento, o entendimento da verdade estava obscurecido por ídolos, ou seja, por ideias erradas e irracionais. Napoleão Bonaparte, em 1812, afirmou que seus adversários, que questionavam e perturbavam a sua ação governamental, eram apenas metafísicos, pois o que pensavam não tinha conexão com o que estava acontecendo na realidade, na história.
Karl Marx (1818-1883 ) desenvolveu a concepção de que a ideologia é a inversão da realidade, no sentido de reflexo (…). Auguste Comte (1798-1857), afirmou que a formação das ideias parte das sensações de ideias de determinada época, reproduzindo conceitos e vontades, que já existiam anteriormente.
“Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito…” Cazuza
Fonte:
http://www.editorasaraiva.com.br
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.
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