PRESIDENTE DILMA PROTESTA CONTRA E.U.A. NA ONU
A presidente Dilma Rousseff fez um discurso de muita coragem no enfrentamento diplomático com os Estados Unidos, durante abertura da 68ª Assembleia-geral das Nações Unidas (ONU), no último dia 25 de setembro, ao protestar abertamente contra a política de espionagem americana contra “países amigos”, citando o caso do Brasil.
Para a presidente a denúncia de que o alto escalão do governo brasileiro era (ou continua sendo) monitorado pela agência de Segurança Nacional Americana é inadmissível e reflete um caso grave de violação de direitos humanos e das liberdades civis e não aceitou o argumento de que as escutas ilegais visam proteger os países do terrorismo, classificando de desrespeito à soberania nacional e que o Brasil sabe se proteger e por isso repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas, destacou.
Dilma exigiu explicações e desculpas das autoridades americanas sobre o caso. Como não foi atendida, a presidente suspendeu a visita que faria a Washington agora em outubro, ao não receber satisfações consideradas suficientes sobre o tema e disse que o Brasil vai intensificar os mecanismos e legislação de proteção contra a espionagem e propor a ONU um marco civil multilateral para a governança na internet, para evitar que o espaço cibernético seja instrumento de guerra.
Certo é que o discurso da presidente do Brasil na ONU prolonga o mal estar com o EUA e sua fala dependerá do posicionamento de outros “líderes amigos” para surtir os devidos efeitos. Caso contrário o governo norte americano poderá sim prosseguir com este tipo de monitoramento contra pessoas e instituições seja por medo de terroristas ou por interesses econômicos.
Fonte:
http://www.jb.com.br
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.