TORTURA nos interrogatórios: Métodos de ontem e hoje
O Estado do Paraná vem sendo nas últimas semanas, alvo de notícias locais, nacionais e internacionais, por causa dos evidentes casos de torturas, contra quatro suspeitos de terem cometidos o assassinato da menina Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, no final do último mês de junho, na cidade de Colombo, região metropolitana de Curitiba (…).
Segundo a mídia, a tortura teria sido praticada por policiais civis, carcereiro, guarda municipal e “preso de confiança”.
Os agredidos relataram a Promotoria Pública, vários tipos de violência física, desde agressões, choques, afogamentos e até violência sexual, para que confessassem culpados pelo crime.
Os acusados da tortura estão sendo procurados e presos, enquanto as vítimas estão sob proteção da Corregedoria da Justiça Federal.
As denúncias de tortura no Paraná traz à tona uma prática ainda relativamente comum nas delegacias de polícia, não só no Paraná, mas em todo o Brasil. Bastando entrevistar presos que permanecem ou permaneceram por alguns anos no sistema prisional brasileiro para constatar os relatos de agressões de toda natureza.
Obviamente que já foi pior e quase institucionalizada a tortura no Brasil, mas não dá para se negar os muitos casos de torturas ainda praticados nos intramuros Brasil afora. Oxalá que tal questionamento sirva para combater de fato tais práticas desumanas e punir com rigor esses monstros covardes que se escondem no poder do soberano Estado.
Métodos de tortura durante a ditadura militar no Brasil
Torturadores abusavam de choques, porradas e drogas para conseguir informações
Cadeira do dragão
Nessa espécie de cadeira elétrica, os presos sentavam pelados numa cadeira revestida de zinco ligada a terminais elétricos. Quando o aparelho era ligado na eletricidade, o zinco transmitia choques a todo o corpo. Muitas vezes, os torturadores enfiavam na cabeça da vítima um balde de metal, onde também eram aplicados choques.
Pau-de-arara
É uma das mais antigas formas de tortura usadas no Brasil – já existia nos tempos da escravidão. Com uma barra de ferro atravessada entre os punhos e os joelhos, o preso ficava pelado, amarrado e pendurado a cerca de 20 centímetros do chão. Nessa posição que causa dores atrozes no corpo, o preso sofria com choques, pancadas e queimaduras com cigarros.
Choques elétricos
As máquinas usadas nessa tortura eram chamadas de “pimentinha” ou “maricota”. Elas geravam choques que aumentavam quando a manivela era girada rapidamente pelo torturador. A descarga elétrica causava queimaduras e convulsões – muitas vezes, seu efeito fazia o preso morder violentamente a própria língua.
Espancamentos
Vários tipos de agressões físicas eram combinados às outras formas de tortura. Um dos mais cruéis era o popular “telefone”. Com as duas mãos em forma de concha, o torturador dava tapas ao mesmo tempo contra os dois ouvidos do preso. A técnica era tão brutal que podia romper os tímpanos do acusado e provocar surdez permanente.
Soro da verdade
O tal soro é o pentotal sódico, uma droga injetável que provoca na vítima um estado de sonolência e reduz as barreiras inibitórias. Sob seu efeito, a pessoa poderia falar coisas que normalmente não contaria – daí o nome “soro da verdade” e seu uso na busca de informações dos presos. Mas seu efeito é pouco confiável e a droga pode até matar.
Afogamentos
Os torturadores fechavam as narinas do preso e colocavam uma mangueira ou um tubo de borracha dentro da boca do acusado para obrigá-lo a engolir água. Outro método era mergulhar a cabeça do torturado num balde, tanque ou tambor cheio de água, forçando sua nuca para baixo até o limite do afogamento.
Geladeira
Os presos ficavam pelados numa cela baixa e pequena, que os impedia de ficar de pé. Depois, os torturadores alternavam um sistema de refrigeração superfrio e um sistema de aquecimento que produzia calor insuportável, enquanto alto-falantes emitiam sons irritantes. Os presos ficavam na “geladeira” por vários dias, sem água ou comida
Tortura na Idade Média e na “Santa Inquisição”
O Arranca-Seios
Este é um instrumento usado primordialmente em mulheres, geralmente acusadas de abortos ou de adulterarem. Seu uso era simples, e consistia em esquentar o aparelho numa fogueira, prende-lo no seio exposto da vítima, e depois arranca-lo vagarosa ou lentamente, dependendo do que o inquisidor queria causar. Logo depois se deixava a mulher sangrando para que pudesse morrer de hemorragia, ou que fosse levada a loucura pela dor.
A Serra
A vítima era virada de cabeça pra baixo tem uma explicação científica. Com o sangue descendo todo para o cérebro, a vítima não desmaiava enquanto sofria de dores extremas, como é normal no corpo humano. Ao invés disso, ela só morria quando a serra chegava no abdômen, quando os serradores paravam, e esperavam que a pessoa terminasse sua agonia, o que poderia durar horas. Seu uso era muito incentivado pelo fato de serras serem baratas e facilmente encontradas em muitos cantos.
O Berço de Judas
Esse instrumento era um pouco mais elaborado que o clássico empalamento popularizado por Vlad, o Drácula, mas parece muito pior, devido a lentidão com que a dor era infringida. A vítima era colocada com o ânus ou a vagina sobre a ponta do berço e era lentamente baixada através de cordas amarradas a ela. Parece simples, mas existe agravantes aí. Se ela demorasse a morrer – o que poderia levar dias – poderiam ser amarrados pesos nas suas pernas, para dar uma acelerada no processo. Mas se quisessem o efeito contrário, a vítima sofria sozinha. Fora que nunca lavavam o aparelho, o que produzia infecções dolorosas.
O Rack
A vítima era colocada nessa mesa, e cordas eram amarradas nos seus membros superiores e inferiores. Um algoz se punha a enrolar a corda vagarosamente, até que as articulações se deslocassem, o que causava dor extrema na vítima. Alguns algozes mais afoitos chegavam a arrancar braços e pernas, matando por hemorragia. Mais tarde foram incorporadas lanças para estocar a vítima enquanto ela ia sendo esticada…
A Pêra
Esse era o instrumento favorito a ser usado contra adúlteras e homossexuais. Esse aparelho era inserido no ânus ou na vagina (ou boca, se ele fosse um mentiroso) da vítima e através daquele engenho na ponta, ele se abria em duas partes ou mais partes, dilacerando o interior do inquirido. Raramente levava a morte, mas na verdade ela era, geralmente, apenas o início das dores do acusado.
O Corta-Joelhos
Os joelhos do acusado eram colocados no meio dessas garras, para serem esmagados lentamente. Às vezes, o aparelho – um dos preferidos pelos espanhóis – era aquecido, para aumentar a dor da vítima. Outras partes do corpo eram colocadas nas garras, como os pulsos, cotovelos, braços, ou as pernas. A idéia era inutilizar as articulações da vítima, ou o método servir como o início da tortura, visto que não era mortal em grande parte dos casos.
O Triturador de Cabeças
Outro preferido e aperfeiçoado pelos espanhóis! A cabeça do inquirido era coloca numa barra de ferro, com o queixo apoiado na barra – algumas tinham recipientes especiais para os globos oculares – enquanto seu crânio era lentamente esmagado. O primeiro a quebrar era o maxilar, e algumas dezenas de minutos depois, a morte, após dores lancinantes. O cérebro às vezes escorria pelo nariz, ou pelas orelhas no processo, podendo o método ser usado como tortura, caso o algoz escolha ficar horas parado, apenas fazendo perguntas.
Empalamento
Drácula, ou Vlad, O Empalador; foi o inventor desse aqui, na Romênia do século XV, de acordo com a tradição. A vítima era colocada sobre uma estava grande e pontuda. O tempo entre o início da punição e a morte, levava em torno de três dias. Alguns carrascos tinham cuidado para que a estaca entrasse no ânus e só saísse acima do queixo da vítima, o que aumentava a dor da vítima. Acredita-se que Vlad fez isso em torno de 20.000 a 300.000 vezes.
Dama de Ferro
Provavelmente o mais famoso e conhecido método de tortura medieval. A vítima era colocada dentro dessa câmara de madeira cheia de pregos e superfícies pontudas, que continha uma abertura para que se pudesse interrogar a vítima, ou enfiar facas. Os pregos de dentro da Dama não atingiam os pontos vitais, com o intuito de atrasar a morte do torturado. Geralmente as regiões furadas eram os olhos, braços, pernas, barriga, peito e nádegas.
Mesa de Evisceração
O torturado era deitado numa superfície com os pés e mãos imobilizados e logo acima dele existia uma manivela com espinhos. Um carrasco fazia uma incisão na altura do estômago e com um gancho preso a uma corrente, e através dele era retirado um pedaço do intestino, que era preso na manivela. Aos poucos a manivela era girada, e o intestino era enrolado nela.
Fontes: http://www.paranaonline.com.br
http://www.rochaferida.com.br
http://www.mundoestrando.abril.com.br
http://www.torturanuncamais.org.br
Lei 9.455
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.