Política Internacional– Carlos Evangelistajor
BARACK OBAMA: A vitória e os desafios do presidente americano reeleito
Comércio global, abismo fiscal, reforma na saúde, Paz no Oriente Médio e flexibilização na lei de imigração aos países aliados
Reeleito no último dia 06 de novembro, para mais quatro anos, o Presidente dos Estados Unidos da América, o democrata Barack Obama, em meio as comemorações e felicitações pela vitória acirrada contra o republicano Mitt Romney, terá pela frente grandes desafios para bem atender os anseios dos americanos.
Por ser a maior economia do planeta, obviamente que o mundo todo estará atento as decisões do governo norte americano, que indubitavelmente refletirão nos demais países aliados e até mesmo nos países que compõem o bloco comunista como China, Coréia do Norte e países declaradamente opositores a política capitalista americana como Rússia, Irã, Cuba, Venezuela e nações do Oriente Médio.
Se o povo americano, de maioria branca, preferiu sabiamente não mexer no modelo político em vigor, concedendo ao presidente Obama a oportunidade de apresentar ao mundo um projeto político voltado para a pacificação dos povos e união das pessoas, incluindo americanos brancos, negros, latinos e até mesmo imigrantes que unidos, muito ajudaram na reeleição do presidente, é grande a responsabilidade do governo para solucionar velhos problemas internos e esternos.
Dentre os muitos desafios dos EUA estão a crise de dívida na Europa e seu impacto sobre o comércio global, as dificuldades que persistem no mercado imobiliário, incertezas sobre a política fiscal do governo e a divisão política em Washington. Sabe-se que é melindroso combinar cortes de gastos drásticos e aumento de impostos (dos mais ricos), podendo jogar a frágil economia americana de volta à recessão. Com um déficit de mais de US$1 trilhão o governo de Obama terá de lidar com programas sociais, rever o orçamento de despesas e flexibilizar a estrutura do imposto de renda.
Certamente que não será nada fácil promover a reforma na saúde, passando pelo sistema Medicare que envolve atendimento médico, seguro e aposentadoria dos americanos com mais de 65 anos de idade, sistema este bastante ameaçado, podendo ficar sem dinheiro num prazo de dez anos se nada for feito na atualidade, segundo especialistas.
No tocante a política internacional, projeto maior será sem dúvida promover a paz no Oriente Médio, especialmente reduzir a presença dos EUA no Afeganistão, garantir a estabilidade no Iraque, intermediar o conflito entre Israel e os palestinos, lutar contra o terrorismo, impedir a proliferação nuclear, entenda-se Irã e a saga dos Aiatolás, garantir acesso livre a energia e flexibilizar a lei de imigração para os países aliados, como é o caso do Brasil, que tem os EUA como o maior parceiro econômico, mas que sabidamente são muitas as retaliações contra vistos de entrada aos brasileiros.
Entretanto, evidente ficou que a maioria dos brasileiros torceu por Obama, por pressentir nele, finalmente um presidente americano menos arrogante, com forte demonstração de senso humanitário e por representar a continuidade nas boas relações entre EUA e Brasil.
Na África, onde vive boa parte da família do presidente Barack Obama, o povo festejou, dançou e os tambores rufaram, desejando sorte ao concidadão, sendo o mais ilustre dos compatriotas africanos.
Fonte: www.bbc.co.uk
Carlos Evangelista é jornalista (ESEEI) e especialista em Sociologia Política (UFPR). Este artigo reflete as opiniões do autor. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.